Precisamos de bolsos muito maiores, pensei ao deitar na cama,
contando os sete minutos que uma pessoa leva em média para dormir.
Precisamos de bolsos gigantescos, bolsos grandes o suficiente para
nossas famílias, nossos amigos e até mesmo as pessoas que não estão em
nossa lista, pessoas que nunca conhecemos mas ainda sim desejamos
proteger. Precisamos de bolsos para distritos e cidades, um bolso que
pudesse conter o universo.
Oito minutos e trinta e dois segundos…
Mas eu sabia que não podia haver bolsos tão gigantescos. No fim, todo
mundo perde todo mundo. Nenhuma invenção poderia evitar isso, portanto
me senti, naquela noite, como a tartaruga que tinha sobre si o resto do
universo.
Vinte e um minutos e onze segundos…